Ela era viciada em Bis
[Desafio 3 dias sem doces - Dia 3] A história de uma chocólatra que foi trabalhar na fantástica fábrica de chocolates
Era uma vez uma jovem mulher que não tinha limites quando o assunto era doces. Mais especificamente, chocolates. Como vivia de dieta em dieta e estava sempre com fome, facilmente optava por pular uma refeição, em favor de uma caixa de Bis ao leite. E não parava por aí - logo depois, vinha outra caixa de Bis branco. Era a sobremesa da sobremesa, afinal?
Por uma coincidência do destino (ou talvez não), o futuro lhe reservou uma oportunidade de emprego em uma fábrica de chocolates. E não era qualquer fábrica - era a fábrica de Bis! A maior de todas, onde essas delícias crocantes eram produzidas. Num misto de sentimentos entre “Que máximo!” e “Como vou me controlar?” as calças rapidamente começaram a apertar. De fato, era impossível comer um só.
Relembre os dias 1 e 2 do nosso desafio:
Alguns anos se passaram e, com várias peças de roupa já não servindo, ela se viu diante de algumas opções: continuar usando as poucas calças elásticas que ainda restavam; comprar numerações cada vez maiores; ou tomar uma atitude mais drástica - mas pedir demissão não estava nos planos.
Foi assim que ela tomou a decisão de redefinir sua relação com os chocolates. Não era mais possível continuar comendo tudo que sentia vontade, porque a vontade nunca passava, assim como a quantidade de chocolates disponíveis ao seu redor. Para alguém com dificuldade de moderação, essa não seria uma escolha factível como ponto de partida, e foi pensando nisso que ela tomou uma decisão ousada: passar um ano sem comer chocolates - pelo menos não voluntariamente, apenas por prazer. Como as guloseimas eram seu instrumento de trabalho como cientista de alimentos, ela permitia a si mesma o consumo mínimo necessário para análises sensoriais, mas aprendeu a realizar suas avaliações sem engolir os produtos.
Não era mais possível continuar comendo tudo que sentia vontade, porque a vontade não passava, nem a quantidade de chocolates disponíveis ao seu redor.
Se deixar de engolir o chocolate pode parecer estranho, lembre-se que estamos falando de uma profissional dedicada ao desenvolvimento de formulações de chocolates, não de uma consumidora comum. Assim como um enólogo não bebe todo o vinho que precisa para trabalhar, uma especialista em chocolates não deve consumir todas as amostras que cruzam seu caminho. Afinal, onde isso poderia parar?
Ainda nesta edição: o que aprendi com essa experiência? Se renunciar aos doces para sempre parece impossível e desnecessário para a maioria de nós, qual a melhor estratégia a longo prazo? Como seguir após o desafio 3 dias sem doces?
Se você leu até aqui e já me acompanha há algum tempo, deve ter percebido que essa foi a minha história. A parte boa é que teve um final (e continua) muito feliz! Mas eu não estou sugerindo que você comece a cuspir chocolates, longe disso! Não acho que o açúcar é um veneno, nem que deva ser banido radicalmente.