“O ser humano tornou-se cada vez mais hábil em separar desejo e necessidade, a tal ponto que a satisfação desenfreada do desejo se tornou desastrosa para o indivíduo e para a espécie. As pessoas sempre desejaram alimentos doces porque gostavam deles. E, enquanto os únicos alimentos doces a que tinham acesso eram frutas, ao satisfazer seu desejo pelo sabor doce, as pessoas automaticamente satisfaziam a sua necessidade de vitamina C e de outros tantos nutrientes. Porém, uma vez que o ser humano passou a fabricar a própria comida, sobretudo após o desenvolvimento da tecnologia para o refino do açúcar e a manufatura dos alimentos, adquiriu a capacidade de separar a doçura e o conteúdo nutricional. O que as pessoas desejam desvinculou-se do que elas precisam.” (YUDKIN, 1988)
Citado no livro Uma dieta além da moda, de José Carlos Souto
Sejamos honestos, a maioria de nós cresceu rodeado por doces. Dos bolos e brigadeiros das festinhas de aniversário regados à Coca-Cola até os pirulitos e picolés após a escola, qual é a sua memória afetiva mais doce da infância?
O problema se dá quando perdemos o controle da quantidade e, sem perceber, passamos a ingerir açúcar em todas as oportunidades. A boa notícia é que, munidos das informações quanto ao impacto do consumo exagerado de açúcar em nossa saúde, temos bons motivos para reverter essa situação.
No Brasil, a recomendação da ingestão máxima de açúcar segue as diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS), que aconselha limitar o açúcar adicionado a 10% do total de calorias diárias. Para uma dieta de 2.000 calorias, isso significa no máximo 50 gramas (cerca de 10 colheres de chá) de açúcar por dia. Contudo, estudos indicam que os brasileiros consomem em média 80 gramas de açúcar por dia, o que corresponde a quase o dobro do que o recomendado pela OMS.
Será que somos dependentes dos doces?
O primeiro passo para encarar um desafio é reconhecer que ele existe, afinal, você não consegue lidar com um problema que sequer reconhece.
Por isso, no quinto e último dia do nosso desafio volta de férias, faremos um exercício que nos ajudará a entender o quanto dependemos dos doces em nossa rotina.