Descobertas por Sari Fontana

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Como eu me livrei da compulsão

Como eu me livrei da compulsão

Um relato pessoal, que não tem como objetivo dar conselhos médicos. Se você suspeita que precisa de ajuda, não hesite em procurar orientação profissional.

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Sarita Fontana
mar 06, 2025
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Como eu me livrei da compulsão
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Esse e-mail que recebi semana passada me lembrou que eu já fui a pessoa do outro lado precisando de ajuda, e que talvez possa contribuir compartilhando a minha experiência.

Como tenho consciência do quanto esse tema é delicado, o meu senso de responsabilidade por vezes me impede de falar mais sobre isso. A verdade é que eu morro de medo de ser mal interpretada ou de gerar comparação, porque sei que cada história é diferente e, embora existam tratamentos eficazes, não há um manual de instruções pra lidar com questões de natureza mental.

Comer além da fome de vez em quando, por entretenimento ou por prazer, é algo comum e socialmente aceitável. A diferença entre esses episódios esporádicos e a compulsão alimentar é basicamente a frequência da perda de controle e a intensidade das consequências físicas e emocionais que isso provoca.

O ser humano é complexo, e a minha história com a comida também é. Ela está longe de ser um exemplo a ser seguido. Sei que o meu caso não foi dos mais graves, mas isso não diminui o sofrimento que me causou, que é tão real quanto alegria que hoje sinto ao falar de compulsão como uma lembrança do passado.

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O tratamento desse transtorno geralmente envolve uma abordagem multidisciplinar que começa com o diagnóstico feito por profissionais de saúde. Então é elaborado um plano de tratamento com equipe multidisciplinar, que pode incluir medicamentos, se necessário. Em conjunto, trabalham-se questões emocionais para identificar as causas, enquanto o paciente desenvolve habilidades para lidar com os gatilhos e prevenir recaídas. O acompanhamento contínuo é essencial para realizar ajustes e aumentar as chances de um resultado duradouro.

Só que comigo não foi assim. Eu não sabia o que era compulsão, pensava que só cometia uns exageros esporádicos. Mas, na verdade, eles eram mais frequentes do que eu era capaz de admitir: diversas vezes por semana eu comia até passar mal, e isso desencadeava uma série de sentimentos ruins.

Nunca vou esquecer do dia em que estava voltando de uma pizzaria em Blumenau com duas pizzas que havia acabado de comprar (uma salgada e outra doce), e me deparei com um colega de trabalho na esquina de casa. Ao me ver com a encomenda, ele perguntou se iria receber visitas e desejou algo como “boa festa”. Eu nem lembro se respondi, só lembro que queria me enfiar num buraco e nunca mais sair, porque aquela comida não era pra nenhuma festa — era toda pra mim.

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